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Genes de um nobre legado

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O que herdei do meu tetravô? Os marcadores SNP tem como base as alterações mais elementares da molécula de DNA, ou seja, mutações em bases únicas da cadeia de bases nitrogenadas. A utilização de marcadores moleculares mudou radicalmente nos últimos anos com a geração de novas tecnologias para descoberta e genotipagem em massa de SNPs até para fins de pesquisa genealógica. Recentemente o método padrão é feito pelas tecnologias de sequenciamento de segunda geração que são capazes de produzir vastos conjuntos de dados (da ordem de milhões de bases sequenciadas) em um único experimento altamente automatizado, com duração de 48 horas, levando os custos de geração de dados de US$0,10 a US$0,001 por SNP genotipado.

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A detecção de SNPs distribuídos aleatoriamente se dá através do alinhamento de uma sequência de fragmentos do genoma. Após o sequenciamento, feito apenas em algumas regiões específicas dos cromossomos, o resultado é colocado no banco de dados da empresa e comparado com sequências de referência. Se houver sequências idênticas entre duas pessoas em alguma parte do genoma, vocês têm antepassados em comum! Como já dizia Richard Dawkins, a biologia moderna está se tornando muito mais um ramo da tecnologia da informação. Depois de toda história de vida e descendência referente ao meu tetravô, o Barão de Congonhas, Lucas Antônio Monteiro de Castro na página de genealogia (clique aqui para visualizar), decidi dedicar um texto neste site do pouco do que resta dele em “nós”.

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Na foto abaixo vemos três descendentes do Barão de Congonhas que realizaram os testes de DNA autossômico na empresa MyHeritage: Eu, a prima Rita de Cássia e o primo Jésus Coutinho. É incrível a porcentagem de herança genética entre eu e Rita, cerca de 0,8% do nosso DNA são iguais. Ambos descendentes do segundo casamento de Lucas com Belarmina Emiliana d’Oliveira, e herdamos 56,8 centimorgans. Podemos ver a localização desses genes na foto ao lado, em rosa, nos cromossomos 6, 10, 13 e 17. Comparado a Jésus, a porcentagem de DNA compartilhado decai pela metade, 0,4% (26,6 centimorgans contabilizando um segmento triangular de outro ancestral em comum, se tornando na verdade 18,1 cM apenas de Lucas: vide artigo Segmento Triangulado em testes de DNA autossômico). Esse fato ocorre devido Jésus ser descendente do primeiro casamento do Barão com a própria prima/sobrinha Helena Maria Monteiro de Barros. Podemos ver a localização desses genes na foto ao lado, em amarelo, nos cromossomos 1 e 5. Muitos podem estar se perguntado, porque estes genes não estão mesmos cromossomos já que pertencem ao mesmo ancestral?

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O seu DNA diz muito sobre quem seus antepassados foram e onde eles viveram. No entanto, devido à maneira como os genes são passados de pais para filhos, as coisas ficam um pouco mais complicadas. Cada um de nós têm 23 pares de cromossomos, sendo 22 deles autossômicos, mas estes pares não são idênticos. Nossas células reprodutivas pegam pedaços de cada um destes cromossomos para fazer uma configuração nova e única. A nova fita de DNA assim criada é muito parecida com a antiga, mas não idêntica. A relação existente entre meiose e variabilidade é baseada principalmente na ocorrência de crossing-over. O crossing é um fenômeno que consiste na quebra das cromátides em certos pontos, seguida de uma troca de pedaços correspondentes entre elas. As trocas provocam o surgimento de novas sequências de genes ao longo dos cromossomos. Assim, se em um cromossomo existem vários genes combinados segundo certa sequência, após a ocorrência do crossing a combinação pode não ser mais a mesma. E, portanto essa variabilidade é levada ao longo das gerações.

 

A genética é uma ciência fascinante! “A genealogia histórica está em flagrante desvantagem e precisa-se adaptar ao novo paradigma. Sabemos que o percurso histórico de uma família tem valor quando o tema é tradição e identidade. A genética não cita fatos que compõe o cenário da vida de nossos ancestrais, mas não é menos importante, já que traça o percurso genético, e isso é história não escrita” (LEMOS, 2019). Esta é minha história evolutiva, estes são meus genes de um nobre legado!

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