Barões do Paraopeba
Reportagem tirada de um recorte de jornal desconhecido.
A segunda vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, Aspázia Vieira Ayer, é tetraneta do Barão do Paraopeba, Romualdo José Monteiro de Barros. O fato a deixa orgulhosa, mas não a perturba e faz questão de deixar bem claro que ela não é a única descendente do Barão residente em Belo Horizonte. As informações que possui sobre ele foram colhidas, em sua maioria, no livro "A família Monteiro de Barros", de Frederico de Barros Brotero, escrito em 1951 (que foi a nossa peça chave para a criação deste site). Nesta publicação, por exemplo, consta que o barão nasceu em Congonhas, onde possuía riquíssima lavra mineral e foi um dos pioneiros da extração do ouro em Minas Gerais. Além disso conquistou várias fazendas ao longo de dez léguas da margem direita do Rio Paraopeba, compreendendo a região de Congonhas, Queluz e Belo Vale: as fazendas da Goiabeira, do Vieiro, do Santo Antônio, do Figueiredo, da Forquilha, do Gentio, da Grota, Boa Esperança (onde morava e que foi adquirida pelo Estado, restaurada e tombada pelo Patrimônio Histórico), além de outras propriedades menores em Frutal e Leopoldina e mais oito fazendas em São Gonçalo do Sapucaí.
O Barão nasceu em 1773 e faleceu em 16 de dezembro de 1855 sendo o quarto filho do português Manoel José Monteiro de Barros, que tão logo chegou ao Brasil assumiu a função de Guarda-Mor das minas de Vila Rica.
Barão do Paraopeba, Romualdo José Monteiro de Barros e sua esposa Baronesa Francisca Constança Leocádia da Fonseca. Pinturas de Joaquim Rocha Fragoso datadas de 1855, que se encontram no Museu do Escravo em Belo Vale.
Aspázia folheia as páginas do livro e lê em voz alta que o Barão casou-se com Francisca Constância Leocádia da Fonseca na Feguesia de Nossa Senhora da Conceição de Vila Rica em 1775. Teve 11 filhos e muitos descendentes dele moram em Belo Horizonte, Rio e São Paulo. E que era irmão de Lucas Antônio Monteiro de Barros, que foi visconde de Congonhas e governador de São Paulo, e de Maria do Carmo Monteiro de Barros. Uma outra informação destacada por dona Aspázia é que o Barão de Paraopeba fundou em sociedade com dois irmãos, em uma de suas fazendas localizada em Congonhas, a primeira fundição de ferro estabelecida na Província, chamada Usina Patriótica. “Este trabalho foi feito com o Barão de Eschwege, porque ele acreditou na sua capacidade e lhe deu todo apoio”, conta ela. Além de minerador, foi estadista, membro do segundo governo provisório de Minas, eleito em 23 de maio de 1823. Fez parte do Conselho do Governo logo depois e em 1850 foi um dos governadores da Província. Era coronel da Milícia, cavaleiro da Ordem de Cristo credenciado com título de Barão de Paraopeba por Decreto Imperial de 2 de dezembro de 1854.
“Uma de suas filhas com o visconde de Uberaba. Uma outra, a Margarida Eufrásia, casou-se com Valeriano Manso da Costa Reis, que são meus bisavós", conta dona Aspázia acrescentando que uma outra filha, chamada Francisca, é bisavó do escritor e deputado fluminense Arthur da Távola. Aspázia Ayer também defende a volta da monarquia no Brasil. Primeiro por tradição de família e depois porque concluiu que a República não deu certo: “As mudanças foram improvisadas por interesses secundários, por desejo de um grupo e não de um povo. Ao contrário da monarquia que deu ao país uma situação de prestígio e estabilidade”, diz.
Filhos:
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Dr. Francisco de Paula Monteiro de Barros, nasceu em Congonhas do Campo, diplomou-se na Faculdade de Direito na Universidade de Coimbra em 1820, foi Juiz de Fora da vila do Príncipe por decreto em 1827, posteriormente Juiz de Fora em São João Del-Rei, casou-se em Coimbra com Ana Carlota de Miranda;
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Dr. Miguel Eugênio Monteiro de Barros, nasceu em Congonhas do Campo, diplomou-se em Matemáticas em 1822 e em Direito no ano seguinte 1823 na Universidade de Coimbra, foi deputado provincial nos biênios de 1854-1855 e 1856-1857, em Minas Gerais, casou com Maria Eugênia de Souza Breves, filha de Luiz de Souza Breves e de Maria Pimenta de Almeida Breves;
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Dr. João Baptista Monteiro de Barros, nasceu em Congonhas do Campo, matriculou-se na Universidade de Coimbra em 1819, casou com sua prima Maria do Carmo Monteiro Nogueira da Gama, filha do Dr. Matheus Herculano Monteiro da Cunha Matos (irmão do Barão do Paraopeba) e de Maria Custódia Nogueira da Gama;
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Dr. Antônio José Monteiro de Barros, nasceu em Congonhas do Campo, matriculou-se na Faculdade de Direito na Universidade de Coimbra em 1820, foi Juiz de Fora da cidade de Mariana por decreto em 1826, foi eleito em 1832 presidente do Conselho Geral da província de Minas, casou-se com sua prima Ana Helena Monteiro de Barros, filha dos Viscondes de Congonhas;
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Padre José Maria Monteiro de Barros, habilitado de genere et moribus, no juízo eclesiástico de Mariana no ano de 1821 com a justificação julgada a 22 de maio de 1821.
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Manuel José Monteiro de Barros, casou-se com a prima Inês de Castro Monteiro de Barros Galvão de São Martinho, filha do Capitão Manuel José Monteiro de Barros (irmão do Barão do Paraopeba) e de Inês de Castro Galvão de São Martinho.
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Joaquim José Monteiro de Barros, casou-se com a prima Maria Tereza Monteiro de Barros, filha do Desembargador Dr. José Maria Monteiro de Barros e da primeira mulher Rosa Úrsula de Almeida Macedo; neta paterna do Visconde de Congonhas do Campo;
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Maria José Monteiro de Barros, casou-se com o Dr. José Cesário de Miranda Ribeiro, filho de Teotônio Maurício de Miranda Ribeiro e de Antônia Luisa de Negreiros Sayão Lobato, e faleceu em São Paulo quando seu marido exercia o cargo de presidente da província aos 25 de maio de 1836;
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Ana Felizarda Monteiro de Barros, que na verdade foi registrada como Ana Felizarda Joaquina de Oliveira em homenagem a sua avó materna, casou-se com o Desembargador Dr. Lourenço José Ribeiro, filho de Antônio Ribeiro Carvalhais e de Ana Maria de Matos;
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Francisca Monteiro de Barros, casou duas vezes, a primeira com Lucas Antônio de Souza Oliveira de Castro, filho de Mateus Alberto de Souza Oliveira e Castro e de Feliciana Cândida Esméria da Fonseca, e a segunda vez com Joaquim Nogueira Penido, filho do capitão Agostinho Nogueira Penido e de Inácia da Fonseca, a qual por sua vez era irmã de Feliciana Cândida Esméria e da Baronesa do Paraopeba;
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Margarida Eufrásia Monteiro de Barros, casou-se com Valeriano Manso da Costa Reis, filho de outro Capitão Valeriano Manso da Costa Reis e de Ana Ricarda Marcelina Seixas;