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Ascendência escocesa de Antônio Carvalho Tavares

 A  ascendência materna de Antônio Carvalho Tavares remete a sir John Drumond no século XV e o grande Diogo Álvares Corrêa, dito Caramuru, ícone da história brasileira.

 

Sir John Drumond nasceu na Escócia, cerca de 1390, sendo mais conhecido como John Escócio. Segundo a narrativa de Strathallan, ele teve um papel fundamental na história de França em 1418, dando apoio na coroação de Delfim, com grande número de fidalgos escoceses, na campanha contra seu pai Carlos VI, e sairam vitoriosos. Tempo depois passou aos serviços do Rei de Castela, D. João, lutando contra o reino de Granada, dos Mouros na Espanha até 1427. Após algum tempo ao serviço de Castela passou por Santarém, disponibilizando os seus serviços à coroa Portuguesa, onde mais tarde embarcou no projeto das descobertas, estando presente nos primeiros anos da povoação da Ilha da Madeira, em 1430. Obteve vasta sesmaria na Lombada de S. Pedro, na vila de Santa Cruz. Lá se fixou anonimamente, sem referir sua nobre ascendência, até sua morte entre 1460 e 1470, revelada em seu testamento. Seus descendentes estabeleceram contatos com a família escocesa, sendo então reconhecido o parentesco. Sir John Escócio foi filho de John Drummond de Stobhall e Cargill e de Elizabeth Sinclair, proprietários do castelo de Stobhall em Perthshire, na Escócia.

 

"Elizabeth Sinclair foi filha de sir Henry Sinclair, conde de Caithness e duque de Oldenburg na Dinamarca, do sangue dos reis da Escocia (Stuart), Noruega e Dinamarca."

 

"O castelo de Stobhall tornara-se propriedade do clã com o casamento do avô de John Escócio, outro John Drummond, com Mary Montfichet, em 1345. Uma tia de John Escócio, Annabela, tornou-se rainha consorte da Escócia quando seu marido tornou-se o rei Raibeart III (Roberto III), que reinou de 1390 a 1406.

 

"Esse ramo genealógico, hoje, é bem conhecida pelos genealogistas. Segundo Antônio Augusto de Menezes, a história dos Drummond origina-se em Álmos, nascido em 820 D.C. e falecido em 895 D.C.. Foi um chefe e guerreiro descendente de Átila, que desceu do Cáucaso à testa de 700.000 combatentes e se assenhorou da Morávia. Seu filho, Árpád, foi o primeiro governante da Hungria, o provável chefe das tribos magiares e o fundador da Casa de Árpád. A seguir será exibida a árvore genealógica grafica que liga John Escócio a Átila."

Perthshire é um condado histórico na Escócia central (em vermelho no mapa) e onde está localizado o Castelo de Stobhall. Ele se situa a 13 km do centro de Perth. Este castelo do século XVII e vários outros edifícios são classificados na categoria A com o meio ambiente histórico da Escócia.

 

As terras de Stobhall sempre estiveram nas mãos da família Drummond, os Earls de Perth, desde o século XIV. No início de 2012, foi anunciado que as antiguidades do castelo estavam em leilão. Tesouros familiares de cerca de £ 900,000 foram leiloados como o herdeiro James David Drummond, Visconde de Strathallan (filho de John Eric Drummond, 18º conde de Perth e neto do 17º conde) decidiu se mudar para Londres.

 

Stobhall Castle foi o sem dúvidas o assento ancestral dos Drummonds, uma fortaleza contra o catolicismo romano na Escócia após a Reforma inglesa na época, sendo eles contra a fé católica.

 

A seta ilustra a imigração feita por John Escócio Drummond. Há quem diga que ele era um dos  Cavaleiros Templários, por isso a escolha de esconder sua fidalguia na nova vida na Ilha Madeira, Portugal. A Ordem dos Cavaleiros Templários foi criada em 1118, na cidade de Jerusalém, por cavaleiros de origem francesa, a Ordem dos Templários tornou-se, nos séculos seguintes, numa instituição de enorme poder político, militar e econômico. fizeram voto de pobreza e de castidade. O seu símbolo passou a ser o de um cavalo montado por dois cavaleiros. Em decorrência do local de sua sede, do voto de pobreza e da fé em Cristo, surgiu o nome da Ordem: Os Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, ou simplesmente Cavaleiros Templários.

 

A história também diz que eles ficaram com a tutela do Santo Graal, o cálice onde foi coletado o sangue de Jesus Cristo na cruz, e o mesmo que foi usado na última ceia.

Graças ao empenho deles na defesa da Cristandade, ao heroísmo e à coragem demonstrados em inúmeras batalhas, os locais que guardavam tornaram-se locais extremamente seguros e qualquer recinto protegido pela cruz da Ordem aparecia como se fora um oásis. Era tal a confiança que despertavam que não tardou para que suas instalações se transformassem em estabelecimentos bancários, fazendo deles entre os séculos XII e XIII, os principais fornecedores de crédito a quem os poderosos da época recorriam. Acusados de heresia perante a inquisição, os Templários foram denunciados por possuírem um esoterismo particular, sendo caluniados, espoliados e martirizados, retiraram-se para a Escócia, Inglaterra e Portugal, onde se juntaram à Maçonaria.

John Escócio casou com Branca Afonso da Cunha em 1445, nascida em Covilhã, distrito de Castelo Branco, Portugal, irmã do Frei Dom Hércules da Cunha, vigário da vila de Santa Cruz. O casal tiveram nove filhos, dentre eles, João Gonçalves Drummond, nascido na Ilha Madeira. Emigrou para o Brasil, especificamente para a Bahia, pelos anos de 1550, casando-se com Martha de Souza, fidalga da família Souza do Prado. O casal foram pais do capitão Antônio de Souza Drummond, nascido em Ilhéus na Bahia. O capitão casou em Salvador com Joana Barbosa, nascida nesta cidade e falecida em 27 de janeiro de 1621. Joana Barbosa é bisneta por parte materna de Diogo Álvares Corrêa, o Caramuru. Faremos uma pausa na descendência para contar sua história:

Diogo foi primeiro português radicado em Salvador, Bahia e era natural de Viana do Castelo, Portugal, nascido em 1475. Pouco se sabe sobre os primeiros anos de sua vida. O tempo em que passou em terras brasileiras é cheio de lendas! Aqui chegou em 1509 salvando-se de um naufrágio, onde alcançou a praia de Maragojipe, na baía de Todos os Santos. Segundo a tradição, surpreendeu os índios antropófagos ali moradores, ao disparar sua arma de fogo para abater uma ave. O estrondo produzido provocou admiração nos nativos que se expressaram exclamando: “Caramuru”. Segundo pesquisadores modernos como Luiz da Câmara Cascudo, "Caramuru" não significa “homem do fogo” ou “filho do trovão”. Aquela antiga versão não explica como o náufrago Diogo Álvares salvou a pólvora para sua espingarda. A hipótese, hoje dominante, identifica “Caramuru” com o nome dado pelos índios tupis à “moréia”, peixe clasificado por Cuvier (1769-1832) como 'Lycodontis moringua'. Entretanto, perpetuou-se, desde então, aquela invocação, até hoje, para identificar o português recém-chegado.  


 

De acordo com os hábitos dos nativos, o líder Taparica, maioral da tribo radicada na região do Recôncavo, ofereceu-lhe uma de suas filhas para ser sua companheira. Chamava-se, esta, Paraguaçú. Em 1531 foi encontrado pela expedição de Martim Afonso de Souza. Segundo relato da época, havia 22 anos que vivia entre os índios. Passado algum tempo chegaram ao mesmo sítio navegadores franceses, interessados em estabelecer boas relações comerciais com os nativos. Resolveram depois, de comum acordo, levarem à França, o casal Diogo-Paraguaçú. Lá fizeram sucesso com a presença do exemplar humano da terra americana, recém-descoberta. Para cumprir obrigação religiosa trataram de promover o batismo da índia na religião católica. O batismo foi celebrado em Saint Malo, França, no dia 30 de julho de 1528. Nessa ocasião, impuseram-lhe o nome de Catarina do Brasil por ser uma das madrinhas Catarine des Granges.

 

O registro deste acontecimento está preservado e, recentemente, foi oferecido uma reprodução de seu texto original ao Instituto Genealógico do Rio Grande do Sul (INGERS) por especial gentileza de nosso confrade, o genealogista Francisco Antônio Doria:

"Le pénultime jour du moys surdit fut baptizée la 
Katherine du Brézil, et fut compère ...
premier noble homme Guyon Jamyn, sieur 
de Saint Jagu, et commères Katherine des Granges 
et Françoise Le Gonien, fille de l'aloué 
de Saint Malo, et fut baptizée para maître Lancelot 
Ruffier, vicaire du dit lieu, le dit jour que dessus."


                                                              P. Trublet 
  
 


De volta ao Brasil Catarina promoveu a construção da ermida de N. S. das Graças, hoje a mais antiga das igrejas baianas. Frei Antonio de S. Maria Jaboatão, o grande genealogista baiano que publicou seu monumental “Catálogo Genealógico das principais famílias ...”, em 1768, nos informa que Diogo Álvares Corrêa era da “principal nobreza de Viana, vindo ter à Bahia por acaso da fortuna, sendo o primeiro português que nela aportou e pisou as suas praias e pelo sucesso de seu naufrágio, e modo com que escapando dele com vida a conservou entre o gentio, que lhe acrescentou o cognome de “Caramuru”  tão celebrado na tradição e história.”  

Caramuru morre em Salvador, no dia 5 de outubro de 1557, e Paraguaçu vive mais 32 anos e falece em 1589. Este casal, segundo os estudiosos, constituiu-se o primeiro núcleo familiar do Brasil no estilo europeu. Seus descendentes não foram absorvidos pela comunidade indígena. Este casal deixa quatro filhas que, casadas com colonos portugueses, dão origem a algumas das mais tradicionais famílias baianas, como os da Torre e os Garcia d'Ávila, e também, depois de 200 anos se associam com os Monteiros de Barros.

Hoje no Brasil, 50 milhões de pessoas aproximadamente descendem de Diogo Álvares Corrêa, ou seja 25% da população, mas esses números são apenas uma hipótese pois do século XVI ao século XXI são 17 gerações, supondo que cada pessoa tivesse 3 filhos chegamos a um número próximo de 50 milhões. Caramuru foi o primeiro branco português a se casar com uma índia, dando origem à miscigenação brasileira. Genealogistas presumem-se que a família de Caramuru é de origem judaica, inclusive pelo fato de que, segundo muitas indicações, era tradicionalmente israelita o nome de família Álvares Corrêa.

Genebra Álvares foi uma destas filhas de Caramuru e Paraguaçu, e teve grande descendência. Casada com Vicente Dias de Beja, natural de Beja, província de Alentejo (Portugal) foi moço fidalgo da Casa Real. Tiveram 6 filhos, entre eles Catarina Álvares, que nasceu em Salvador, Bahia e foi batizada na manhã de 18 de julho de 1559. Esta casou com o português Baltazar Barbosa de Araújo, natural da vila de Ponte de Lima, filho de Gaspar Barbosa de Araújo e de Maria de Araújo. Catarina e Baltazar tiveram duas filhas, entre elas Joana Barbosa, citada acima, e casada com Antônio de Souza Drummond.

 

Continuando a descendência, este casal então uniu os genes do escocês John Escócio Drummond e de sua esposa portuguesa Branca A. da Cunha, e do português Diogo Álvares Corrêa e sua esposa e índia Paraguaçu na pessoa de Melchiór de Souza Drummond, seu sétimo de oito filhos. Melchiór de Souza Drummond, nascido na Bahia, onde casou a 18 de agosto de 1581 com Mícia D'Armas, filha de Luiz D'Armas e de D. Catarina Jacques, portugueses e senhores de engenho em Contegipe-BA. Melchiór e Mícia tiveram três filhas: Marta de Souza, Ana de Souza e Catarina de Souza. Somente a descendência da última nos interessa.

Catarina de Souza nasceu na Bahia e faleceu no dia 31 de agosto de 1649, sendo sepultada no covento do Carmo. Casou em 13 de maio de 1603 com Eusébio Ferreira, nascido no Porto Santo, Ilha Madeira, Portugal. Eusébio faleceu no dia 1º de junho de  1636 e foi filho de Leão Ferreira e de D. Maria de Souza. Catarina e Eusébio tiveram 7 filhos, entre eles Maria de Souza. Maria de Souza nasceu na Bahia e casou-se com Rui Carvalho Pinheiro, nascido em Portugal no ano de 1586 e emigrado em tenra idade para o Brasil, falecendo na Bahia no dia 31 de março de 1645, sendo irmão de Nicolau Carvalho Pinheiro e de Manuel Pinheiro Carvalho. Tiveram apenas duas filhas:

 

1-1 Catarina de Souza que foi casada com o Dr. João de Góis de Araújo, ouvidor geral do civil e desembargador da Relação Pública da Bahia

1-2 Violante Carvalho Pinheiro, nascida na Bahia e casada no dia 11 de setembro de 1662 com o cap. João da Silva Vieira, nascido na freguesia da Sé, Ilha Madeira, filho de Jerônimo Vieira Tavares e de Catarina Machado.

 

Violante e o cap. João são pais de Antônio Carvalho Tavares, supracitado na página anterior, sendo este bisavô de Domiciano Ferreira de Sá e Castro e de Maria do Carmo Monteiro de Barros, marido de Margarida de Negreiros.

Ascendência portuguesa de Margarida Tereza de Negreiros

 

  ascendência materna de Margarida de Negreiros remete a Baltazar Lobo de Souza no século XVI. Nascido cerca de 1492, Baltazar era capitão-mor que militou com distinção na conquista da Índia. O fidalgo, referido por João de Barros, Década 4ª, Livro 4º Capítulo 8º, página 414 e 415, esteve no assalto em Surate no ano de 1530, sendo um dos primeiros a entrar nessa praça. Foi capitão-mor de Cananor e de Bardez, e em 1547 capitaneou uma nau que partiu de Lisboa, e, chegando a Goa, a 10 de setembro do mesmo ano, acompanhou d. João de Castro nas tomadas de Solfete e de Pondá. No governo de Francisco Barreto, foi capitão-mor de uma armada que este mandou a Ilha de São Lourenço, Madagascar:

 

"A 10 de dezembro de 1555 escreveu à rainha pedindo-lhe que rogasse ao rei que mandasse fazer um recolhimento em Goa para os órfãos e desamparados, incluindo seus filhos."

 

"A 10 de dezembro de 1556 escreveu outra carta aos reis, onde diz que andou no serviço da Índia e comandou uma armada, onde seu irmão Belchior de Souza foi capitão da nau Santa Cruz, a única da armada de seis que não se perdeu, e que estava pobre, e velho, e com dez filhos e filhas e mulher na ilha de S. Lourenço, que o governador Francisco Barreto o mandara descobrir, pela parte de fora, e fazer, no melhor porto e baía que descobrisse, uma fortaleza para servir de escola às naus da Índia. Tendo-lhe o dito governador feito mercê da fortaleza que se fizesse, por seis anos, com o ordenado da Índia, o que tudo fez com grandes perigos, e queria agora que o rei lhe confirmasse o senhorio de juro e herdado da ilha, com o título de capitão general, pedindo mercê de todas as ilhas que descobrisse e dos portos que achasse do cabo da Boa Esperança até ao das Correntes, tarefa em que mandaria seus filhos, pedindo ainda para o filho mais velho o cargo de juiz da alfândega de Goa no caso dele morrer." 

 

"Acrescenta que para a ilha de S. Lourenço foi como comandante de uma armada de três navios, sendo capitães Heitor Nunes de Góis, filho de Fructus de Góis e Pedro Rodrigues Barriga, cavaleiro da Casa Real. Diz ainda ter levado consigo dois padres franciscanos para instruírem os habitantes na fé, e pede licença para ali edificar uma Igreja a Nossa Senhora da Conceição. Assina esta carta como Baltazar Lobo de Souza. Finalmente, a 24 de fevereiro de 1568, Baltazar Lobo de Souza, fidalgo da Casa de D. Sebastião, teve deste rei mercê da capitania-mor de Bardez."

 

O seu nome, conjugado com a referência de que as alegadas filhas eram sobrinhas do conde de Sortelha, apontaria claramente para que fosse filho de D. Diogo Lobo, 2º barão de Alvito, e de sua 2ª mulher D. Leonor da Silveira, justamente irmã do 1º conde de Sortelha. Mas deste casamento não há notícia de nenhum filho Baltazar.

Baltazar Lobo de Souza era, como vimos, irmão de Belchior de Souza, que aliás as genealogias dizem (erradamente, como veremos) avô da outra órfã Lobo de Souza. Mas felizmente foi possível documentar a filiação deste Belchior, pois trata-se do Belchior de Souza, fidalgo, filho de Diogo Lobo e sua mulher D. Filipa de Souza, que embarcou para a Índia na nau Stº António em 1534, com 1.240 reais de moradia do seu foro de escudeiro fidalgo, como registra D. Flamínio de Souza (Arquivo de Documentos Históricos). É o Belchior de Souza Lobo que D. João III nomeou capitão de viagens da Índia, e ainda o que é referido numa carta, que a 28 de novembro de 1545, Manuel de Vasconcellos escreveu ao rei, dizendo que ao tempo em que chegara a Cananor se estava em guerra por Belchior de Souza, capitão de costa, ter matado um regedor mouro e seu cunhado, e que só há seis meses tinha conseguido a paz. E o Belchior de Souza Lobo, marido de Dona Luiza de Goes, fez mercê da capitania de uma das naus da Índia por duas viagens à pessoa que casar com sua filha D. Filipa de Souza. Portanto, Baltazar Lobo de Souza era de fato filho de um Diogo Lobo, mas completamente distinto do homónimo que foi 2º barão de Alvito, e daí talvez a confusão genealógica que se estabeleceu. De resto, sem o identificar e sem apontar o irmão documentado Belchior, dá ao casal Diogo Lobo e D. Filipa de Souza um único filho, justamente chamado Baltazar Lobo de Souza! Temos, portanto, estabelecida a filiação de Baltazar e, com ela, a sua ascendência. E ficamos assim a saber que Baltazar, inegavelmente um fidalgo, tinha uma origem mista, onde se misturou o sangue plebeu, nobilitado pela toga, com a velha fidalguia, no caso vertente algo dissoluta. Com efeito, Baltazar era trineto por varonia, segundo Alão, um dos mais importantes genealogistas portugueses, de um ourives de Lisboa, quiçá cristão-novo. Mas também era neto materno dos senhores de Baião, João Fernandes de Souza e Joana Guerra, por esta linha, 6º neto do rei D. Pedro I e de D. Inez de Castro.

 

Baltazar, a avaliar pelo nome da filha, casou com uma senhora Barbosa possivelmente Joana justamente como a filha, não devendo ser esta mulher, mas já outra que em 1556 estava com ele e os filhos na ilha de S. Lourenço. Na expedição a Madagáscar de 1547 era acompanhado por seu filho Diogo Lobo de Souza. Como diz João de Barros, certamente o primogénito, após a morte de Henrique Lobo de Souza, do 1º casamento, para quem em 1556 pediu ao rei o cargo de juiz da alfândega de Goa, e o Diogo Lobo de Souza que foi feitor de Achem. Poderia tê-lo acompanhado a Madagáscar o filho Henrique Lobo, e aí ter falecido? O certo é que já tinha falecido quando sua filha foi para o Brasil. Henrique Lobo casou com Isabel de Reboredo e foram pais da órfã que nos interessam, Catarina Lobo Barbosa de Almeida, nascida em 1541 em Setúbal, que casou no Brasil em 1560, aos 19 anos de idade, com Gaspar de Barros de Magalhães, nessa data contador da fazenda real do Brasil. Desta Catarina sabemos que efetivamente foi uma das órfãs enviadas ao Brasil por D. João III, pois ela própria o declarou em 1591, diante do inquisidor (Denunciações da Bahia, ed. Capistrano, p. 404), dizendo que era natural de Setúbal, que tinha 50 anos e era “uma das órfãs que El Rei D. João mandou a este Brasil” e filha de Henrique Lobo. Gaspar de Barros Magalhães era da casa dos Barros de Magalhães, senhores de Ponte da Barca ao qual tendo vindo de Portugal para o Brasil nos anos de 1550.

 

O casal residiu no Recôncavo da Bahia, no lugar denominado São Paulo, e tiveram 4 filhos, entre eles D. Paula de Barros Lobo, nascida na Bahia, Sé a 20 de janeiro de 1583, casada com Manuel Paredes da Costa, dos legítimos “Paredes” de Viana, freguesia de Santa Cristina de Meadele, falecido no dia 12 de janeiro de 1619 e sepultado no convento de São Francisco. Tiveram os seguintes filhos:

 

1-1 Vitória de Barros c/c André Monteiro de Almeida

1-2 Agostinho de Paredes de Barros c/c Ana de Souza

1-3 Maria de Barros Lobo, nascida na Bahia e casada com o Capitão Manuel Pinheiro Carvalho, irmão de Rui Carvalho Pinheiro citado na página anterior. Foram pais de Margarida de Barros Lobo casada com o Capitão Manuel Cardoso de Negreiros, estes pais de Maria de Negreiros Barros.

1-4 Inês de Barros Lobo, nascida na Bahia e casada com Antônio Moniz, nascido em Lisboa. Foram pais de Lourenço Lobo de Barros casado com sua prima segunda Maria de Negreiros Barros.

Os primos, Lourenço Lobo de Barros e Maria de Negreiros Barros, descendente do icônico português Baltazar Lobo de Souza, tiveram grandes descendências em terras brasileiras, apesar de terem apenas uma filha: Margarida de Negreiros, sendo esta bisavó de Domiciano Ferreira de Sá e Castro e de Maria do Carmo Monteiro de Barros, esposa de Antônio Carvalho Tavares.

Brasão de armas da Família Drummond

Pinturas de Diogo Álvares Corrêa. A segunda retratando sua chegada nas orlas brasileiras e seu contato com os indígenas.

A história foi adaptada em um filme de comédia pelo título: Caramuru - A invenção do Brasil, de 2001 dirigido por Guel Arraes e escrito por ele e Jorge Furtado.

Clique aqui para prosseguir com a história e saber mais sobre a descendência de Domiciano e Maria do Carmo.

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